“Pinto as coisas como as imagino e não
como as vejo”
Pablo Picasso
Luís Pedro Viana é poeta e pintor. Ou pintor e poeta. Ambos num só
quando escreve e quando pinta.
A sua expressão artística é diversa, forte na mensagem, viajada na
narrativa, elegante na ironia e lúdica na história que conta em cada quadro. Em
exercício criativo livre e culto, Luís Pedro Viana habitou-nos a um traço
preciso e a um jogo de cores que umas vezes parecem ausentar-se das formas,
como em Julieta, Dulcineia ou D. Quixote, outras se fixam e ganham vida
própria, como nas naturezas mortas e nos geométricos, nos expressionistas e nos
antropomórficos, que o autor/artista considera como “formas intuitivas para
encontrar o caminho”.
Um caminho de duas décadas que é aqui revelado nesta exposição, intitulada
“Retrospectiva Óleos”, e que é composta
por 18 trabalhos, que datam dos finais do ano 1990 e últimos de 2016/17, nestes,
a homenagem a Cervantes e a Shakespeare – uma abordagem literária demonstrativa
da sua atenção ao mundo por dentro.
O que motiva e inspira a obra de Luis Pedro Viana?
A vida e tudo o que nela mexe: a luz é o seu ambiente natural. As
cores, mesmo quando usa apenas o preto no branco, dialogam em harmonia. As
formas dos seres animados e inanimados que “disforma” em estética pensada e
apoiada em desenho preciso, movimentam-se em graciosidade de dança.
As “naturezas mortas” eternizam-se-.
Moderno? Pós-moderno? Surrelista? Minimalista?
São várias as fontes de alguma influência de que se serve para criar o
seu próprio estilo, em desconstrução “construtiva”, pontuada de uma caricatura
de efeito visual espantoso.
Os quadros de Luís Pedro Viana são um convite à descoberta do endereço
do sonho e da realidade, seja em técnica mista, seja em acrílico, mas é a
“óleo” que é feita esta viagem na Galeria Vieira Portuense, com 18 paragens destinadas
a sentir.
Nassalete Miranda
Porto, 13 Dezembro 2017
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