A Arte, como sendo uma das formas que o ser humano concebe para expressar o sagrado, o belo, o divino, está bem patente nos trabalhos do Artista, homem sensível e intuitivo. Também se vê com clareza a capacidade que o pintor possui de revestir e concretizar as suas ideias, por vezes inspiradas pelos Arquétipos, que mais não são do que as tendências estruturais, visíveis e invisíveis, nos símbolos. Com toda esta simbologia cria imagens ou visões, talvez correspondendo a alguns aspectos da sua vida, onde diferencia o profano do sagrado na busca de um Caminho.
Numa leitura, não muito profunda, desta obra mas com uma
visão coerente, sensível e intuitiva, direi que o Artista:
. Procura transmitir a ideia do "jogo" entre o In
e o Yang, mostrando a dança entre o feminino e o masculino com imaginação
criativa conseguida através das asas dos anjos, que nos levam às duplas
visível/invisível, Sombra/Luz.
. Já em outra tela, que me faz lembrar a escultura do
Carrascal (Alentejo), o Artista pretenderá evidenciar que quanto maior for a
Sabedoria do ser humano, maior será a sua "cruz".
. Apresenta várias telas com simbologia geométrica
tridimensional, colorida de acordo com a "Natureza das Cores", como
diria Rudolf Steiner. Por fim, serei levada a pensar que Luís Pedro Viana, ao
ser interrogado por um discípulo acerca da identidade do Ser Infinito, como o
foi Bernardo Claraval, responderia: "É comprimento, largura, altura e
profundidade, isto é, Deus Geometrizou.".
Alice Branco